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Provocação


Este papo de protagonismo é um assunto bem profundo, que faz a gente refletir sobre toda a nossa jornada sob esta luz de centralidade de palco: do quanto nos desviamos do nosso caminho em função do outro, de quantas noites insones foram dedicadas ao outro, do quanto nos deixamos reagir por conta do que o outro disse.


É tanta energia gasta no que o outro diz e faz, e tanta energia gasta nas reações, que se fossem gastas na busca de significado e propósito de nossas próprias vidas, talvez estivéssemos vendo uma humanidade um pouco menos infeliz.


Há alguns anos decidi passar por um "detox" destas relações sombrias. Não procuro saber de notícias dos desafetos, não os sigo em redes sociais e evito trazê-los para minhas conversas e pensamentos. Intimamente, torço para que todos estejam vivendo vidas para lá de interessantes para que percam todo o interesse em mim. Afinal, prefiro ser notícia velha pregada numa desinteressante parede fria de cor desbotada. Cara feia é fome e eu aceitei que ninguém é obrigado a gostar de mim. Eu, que tenho cara de japa brava, já aceitei.


Então eu fugi para as montanhas. Corri de gente odienta, maledicente, falsa, interesseira e desonesta. E se não corri, botei para correr pelos mesmos motivos de sempre "same old greed, same old envy, same old lies". And FYI... ninguém queimando no meu caldeirão. Não me dei ao luxo de perder nem tempo e nem dinheiro com almas sebosas que não valem uma paçoca velha. É que nem vale a tentação da diversão. Se valesse, haveria sangue e penas pra todo o lado. Então boa sorte pra todo mundo que sacou isso rápido, azar se caiu no conto de alguém.


Isso porque "Mais" não significa "Melhor", da mesma maneira em que "Forma" não significa "Função".


Esta resolução só me deu mais força e foco nas relações que escolhi manter, nos projetos que resolvi tocar e nas vozes que me edificam, que me envolvem e que me fazem acreditar que o mundo é grande, que a vida é esta sinfonia maravilhosa de vozes queridas, e que a maestra da minha vida sou eu mesma.


Em suma, este post foi escrito para dar um testemunho de que vale a pena a gente cuidar da nossa própria vida. Ela passa muito, muito rápido.


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