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Quem tem *, tem MEDO

Atualizado: 22 de jul. de 2023



No episódio 26 do podcast falamos do Medo. O medo que eu tenho, que você tem e todo mundo tem.


Eu quis trazer esta conversa para a consciência geral porque a é espantoso ver como todo mundo ao nosso redor anda sofrendo de ansiedade. Que somos campeões mundiais nisso (é sério, de acordo com a Organização Mundial de saúde, somos o povo mais ansioso do planeta).


Se você não é ansioso, deve se sentir o tempo todo cercado por eles: em casa, no trabalho, no trânsito, no supermercado...


E quando paramos para pensar nas causas de tanta ansiedade, geralmente não a associamos com o MEDO que sentimos. O quanto o MEDO tem sido usado inescrupulosamente pelo marketing, pelos meios de comunicação, pelos religiosos e políticos.


O sensacionalismo que inspira o MEDO se traduz em mudança positiva de algoritmo e que, como um vírus voraz se alastra com a mesma velocidade em que se encontram os ingênuos e ignorantes, que, como eu e como você, também têm MEDO.


As mensagens subjacentes estão lá para quem abrir os olhos para as manipulações. Há o medo do que é natural, do que não se controla e do que não se sabe. Há o medo do outro e dos outros. Há o medo do diferente. Isso sem contar com os medos que todos nós temos, como o medo de morrer.


Vou dar alguns exemplos:


A má de representação de mulheres acima dos 40 anos faz com que as mulheres sintam medo de envelhecer. Afinal, a mensagem subjacente é que se você ficar velha, você vai ser lançada ao ostracismo.


Os programas sensacionalistas de crime sempre se focam em bairros pobres como se não houvessem crimes em bairros abastados. A mensagem subjacente conecta a criminalidade exclusivamente à pobreza. E você fica com medo de pobres e começa a achar que eles não deveriam voar de avião com você.


Você já deve ter notado como funcionou a campanha massiva anti-imigração na Europa, Estados Unidos e aqui no Brasil, e foi levado a odiar os imigrantes...


a) como se estas pessoas tivessem escolha, e que na ausência deles os problemas do país estivessem resolvidos.

b) como se você fosse um integrante dos povos originários do Brasil

c) como se a situação econômica do nosso país não fosse resultado da obra dos ricos ficando ainda mais bilionários.


É, o MEDO tem sido usado para tirar o seu foco nos reais problemas para colocar em outros.


Ainda pior é o MEDO que o crescente neopentecostalismo tem nadado de braçada. Medo do inferno – um lugar tão mitológico e irracional. Medo de um “deus” que te ama MAS SÓ SE VOCÊ OBEDECER. Um tipo de “stalker” que vai estar “oniscientemente” cuidando de “quem está botando o quê no buraco de quem”.


Dá um pouco de MEDO ver tanto pastor hipócrita trazendo de volta a Era das Trevas, reacendendo as fogueiras para queimarem os acusados dos crimes que eles mesmos cometem. Não estamos com falta de pastor abusador, corrupto, estuprador e assassino, subindo em púlpitos e ordenando suas ovelhinhas obedientes a odiar mais. Afinal, este “deus” é o puro suco de ódio com um marketing bem feito para retratá-lo como “Deus de Amor”. A inversão é clara... se você tiver olhos para ver, claro.


Talvez seja a hora de avaliarmos melhor quais são os nossos MEDOS reais e os medos imaginários, implantados para servir a um plano de alguém. Sem confrontarmos os medos reais, ficaremos cada vez mais distantes de conhecer nossas próprias capacidades e valores. E se não fizermos isso para nós mesmos, como poderíamos avaliar melhor quem tem capacidade ou valor para nos orientar ou governar¿ Você só vai reconhecer se se conhecer.

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