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Foto do escritorRaphael Kakazu

Spoken Word: Herege

Eu tento, mas não me aguento, gosto de falar o que incomoda, o que causa desconforto. Gosto de fazer você raciocinar e deixar de ser nessa sociedade, mais um peso morto. Política, religião, sociologia, filosofia e tudo aquilo que o mundo prefere manter na surdina pra não ter que sair da famosa “zona de conforto”. Então acho que precisamos rever esse conceito de união. Destrinchar isso que chamam de religião. Acho engraçado ver os missionários tentarem nos converter a um dos seus. Dizendo que somos todos crias de um só Deus. Pregando horas a fio a palavra do Senhor, eu vi os mesmos seres dizerem que aquela inocente criança foi presente do Criador. Me chamaram de ovelha e disseram que ele era o meu pastor. Meu amor, eu sou gato preto, raposa vermelha, fera selvagem e não tenho domador. E se segura; quando vem me dizer, sem me conhecer, que me ama do fundo do coração e que me vê como aquele perdido irmão. Eu nunca estive perdido. Conheço meu caminho e sigo cantando a minha canção. Mas vou te dar um conselho. Vigia! Porquê ontem quem veio querer um pedaço desse mal caminho foi o teu “varão”. Sorte a tua que eu não tenho mais medo, de falar em voz alta e gritar se for preciso, um grande e poderoso “não”. Outros já vieram falar que eu não vou parar no “Nosso Lar”. Agora me diz, que parte não ficou clara que a minha conversa com o outro mundo sempre foi e sempre vai ser no particular. Eles vieram dizendo que meu feitiço não passa de uma ilusão, uma alusão, falta de iluminação, coisa de espírito não evoluído. Mas banho de sal grosso, arruda atrás da orelha e patuá no bolso, não está proibido. As mesas que giram foram apenas manifestações como diriam; mas no meu universo isso tem outro nome, necromancia. E hoje você quer meter a porra do dedo na minha feitiçaria? E depois disso tudo, eu não posso esquecer as maças que não deram certo no nosso próprio pomar. Os “filhos da Deusa” que só sabem reclamar, twittar, e militar no facebook. Se você trocar no discurso deles a palavra “Deusa-Mãe” por “Cristo Salvador”, Duvido me dizer a diferença entre um neo pagão moderninho e um crente do Senhor. Mas eles não ficarão com raiva do meu poema, porque são todos “paz e amor”. No máximo vão compartilhar no status que eu sou revoltado, trevoso e mal-amado. Em seguida vão me excluir e me bloquear de todas as redes, porque eu sou denso e eles, ascencionados. E sinceramente, o que me incomoda é o fã clube, eu nada tenho contra esse tal Deus. Até acho que ele foi feito à imagem de Zeus. E não fiquem revoltados, porque todos sabem que o primeiro “Deus” glorificado, foi o meu. Chifrudo, animalesco e profano. E não esse todo mimimi e puritano.

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