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Foto do escritorAlfredo Cruz

Paixão, devoção e feitiçaria: o culto a Anima Sola

Quando se menciona a Anima SolaAlma Solitária, também chamada, mais raramente, de Alma Desamparada ou Espírito Abandonado –, faz-se referência a uma imagem muito específica, baseada em figuras presentes em pinturas, vitrais, oratórios e altares católico-romanos desde a Baixa Idade Média. Trata-se da representação de uma mulher presa, normalmente acorrentada, em uma masmorra cheia de fogo, presumivelmente o Purgatório, cujas chamas nunca a consomem de modo efetivo, em sentido físico. Seu olhar normalmente é vivo, muito atento, e suas mãos se erguem para o alto (eventualmente apenas uma delas, enquanto a outra lhe cobre os seios). É comum a sua presença e veneração no catolicismo popular e nas religiões afro-americanas, sendo encontrada principalmente no México, no Caribe, no Norte e Oeste da América do Sul, na Andaluzia, na Sardenha, na Sicília e na Calábria.


Embora não haja estudos históricos apropriados sobre o surgimento e desenvolvimento da imagem e veneração da Anima Sola, a prática de orar pelas almas do Purgatório se estende até bem antes do Concílio de Trento (1545-1563). De acordo com o ensinamento católico aí tornado canônico em afrontosa resposta às críticas feitas pelos próceres da Reforma Protestante, pessoas que não viveram vidas suficientemente virtuosas para serem diretamente inseridas na beatitude do Céu, nem suficientemente más para serem excluídas da possibilidade de Redenção e lançadas às trevas externas do Inferno, têm suas almas retidas por determinado período no Purgatório, onde devem ser purificadas pelo fogo e outros sofrimentos, até que, devidamente limpas de seus pecados, estejam em condições de se apresentarem diante de Deus. Enquanto o uso do termo latino Purgatorium como um substantivo apareceu apenas nas décadas de 1160-1180, dando origem à ideia do Purgatório como um lugar, um terceiro espaço no além, a tradição católica referente à purgação das almas no pós-morte tem uma história muito mais longa, que remonta mesmo a antes de Jesus Cristo, à ideia, presente em praticamente todas as religiões conhecidas, de que os mortos devem receber cuidados especiais, incluindo orações, para que encontrem o repouso adequado. Essa crença encontra-se presente no judaísmo antigo, conforme registrado, por exemplo, no Segundo Livro dos Macabeus, um volume que a Igreja Católica reconhece como canônico e que parece ter sido assim entendido por vários grupos de cristãos desde o início do movimento dos seguidores de Jesus.


Ao longo dos séculos, teólogos, visionários e a devoção popular contribuíram para enriquecer a ideia de Purgatório, tornando-a muito mais elaborada do que os elementos mínimos que são declarados como parte do ensinamento do Magistério católico. Conforme o que foi definido por uma série de concílios medievais, ratificado em Trento e ensinado pelos missionários católicos no Novo Mundo, por causa da Comunhão dos Santos, os fiéis que ainda estão vivos têm a capacidade de aliviar o sofrimento daqueles fiéis mortos que padecem no Purgatório, oferecendo orações em sufrágio por eles, particularmente a Eucaristia, mas também lhe dedicando obras de caridade, indulgências e penitências. A partir de uma visão da Virgem Maria recebida pelo frei carmelita Simão Stock (c.1165-1265), difundiu-se a piedosa história de que aquele fiel que morrer utilizando o escapulário marrom que caracteriza esta ordem religiosa haverá de ser liberto do Purgatório pela intercessão da Mãe de Deus ainda no primeiro sábado depois de sua morte. Seguindo a popularidade dessa lenda, que foi confirmada por diferentes autoridades eclesiásticas, mas nunca se tornou um artigo de fé obrigatório para os católicos, a Igreja aprovou um total de dezessete tipos de escapulários, além dos de Nossa Senhora do Carmo, a maioria dos quais ligados a ordens monásticas, irmandades de leigos e locais de peregrinação, tais como os de Nossa Senhora da Misericórdia, Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora do Bom Conselho, da Paixão de Cristo, de São Miguel Arcanjo, do Sagrado Coração de Jesus, do Santíssimo Sacramento, do Imaculado Coração de Maria e da Sagrada Família. A crença no Purgatório, o uso dos escapulários, a missas pelos defuntos, o consumo de indulgências e as penitências, obras de misericórdia e orações pelos mortos uniram-se de modo bastante consistente em um sistema que dava às pessoas algum sentido de controle diante da angústia do pós-morte e de manutenção dos vínculos e da solidariedade entre os que se iam e os que ficavam.


Em muitos locais e ocasiões, contudo, passou-se prontamente da oração pelas almas do Purgatório às orações às almas do Purgatório, atribuindo a elas certa capacidade de ação apenas pouco menos vasta do que a dos santos, anjos e demônios, além de uma especialização em lidar com assuntos mais mundanos, para os quais os devotos normalmente não se dirigiriam a Jesus, à Virgem ou aos santos destacados pela Igreja como modelos de virtude para os demais. Os fiéis que padecem no Purgatório passaram então a ser solicitados tanto para fornecer proteção e bênçãos aos fiéis que ainda peregrinam por este mundo, quanto invocados em orações ou feitiços para enviar inimigos ou ex-amantes para diferentes tipos de purgatórios, literais e figurativos, emocionais, físicos e espirituais. Foi também graças à crença no Purgatório que, em determinados contextos, povos ameríndios, asiáticos e africanos aos quais foi imposto o catolicismo por diferentes poderes coloniais puderam modificar esta religião em seus próprios termos, enxertando nela, a olhos vistos, seus costumes autóctones de culto aos ancestrais e, também desta forma, mantendo e legitimando suas crenças e práticas anteriores e tomando para si algo daquilo que compreendiam como sendo a magia dos cristãos.


De modo talvez irônico, mas formalmente para atestar que não há quem esteja fora do alcance do poder de Deus imagens mais antigas de almas sofrendo no Purgatório retratavam em sua maior parte homens de boa posição social, incluindo eclesiásticos de alta hierarquia. Apenas a partir do meado do século XVII ou início do século XVIII foi que se tornou mais comum na América Hispânica e na Europa Mediterrânica a imagem da Anima Sola como uma mulher, às vezes com os seios expostos; uma figura mais ou menos erotizada, mas também reverente, de olhos elevados e penitentes, que tem quebradas as correntes que lhe prendiam, uma indicação de que, após certo período de sofrimento, ela está pronta para ser resgatada pelo anjos ou pela Virgem e levada ao Céu, para junto de Deus. Sobre a imagem desta mulher, difundiu-se desde a Calábria uma história, ainda muito corrente entre populações camponesas da América Latina, que a vincula ao episódio da sede de Cristo, que não consta em nenhum dos textos evangélicos até agora conhecidos, mas é bastante presente no catolicismo popular. De acordo com esta, havia na Jerusalém do tempo de Pôncio Pilatos algumas mulheres judias autorizadas pelos romanos a darem água àqueles homens que estavam sendo levados para serem crucificados. Na Sexta-Feira da Paixão, esta tarefa teria ficado a cargo de uma jovem de nome Maria Celestina Abdenago, que, encontrando os condenados no caminho do Calvário, deu água de seu cântaro para Dimas e Gestas, os dois ladrões, mas desprezou a Jesus, que estava particularmente ferido, forçando-o mais tarde a aceitar o vinagre que lhe foi oferecido por seus executores. Alguns narradores mais piedosos acrescentam que ela fez isso não por maldade, mas por medo dos judeus, mas, seja como for, por essa razão, a mulher teria sido amaldiçoada a sofrer a sede e o calor constantes do Purgatório. Graças ao seu vivo arrependimento e proximidade do Salvador, entretanto, suas orações também seriam particularmente eficazes, e ela seria capaz de ajudar aqueles que realizam preces em seu favor em uma série de assuntos bastante materiais. Presa neste espaço intermediário do além até o dia em que Cristo retornar à Terra para julgar os vivos e os mortos, Maria Celestina encontrar-se-ia obrigada a colaborar com todos aqueles que pedem pelo alívio de seu incessante sofrimento como forma de compensar o egoísmo ou covardia pecaminosas que demonstrou diante do sofrimento corporal do Filho de Deus.


Graças à sua ambivalência, esta personagem é invocada para realizar coisas que poderiam ser consideradas tanto boas quanto más dentro de uma moral estritamente cristã; na medida em que as orações dos fiéis aliviam e encurtam seus padecimentos, ela é sempre solícita e disposta a negociar, ainda que não aceite que aquilo que lhe foi prometido – um terço, um rosário, um tríduo, uma novena, uma vela branca acessa durante a noite, um copo d’água gelada, uma doação aos pobres em seu nome, uma missa votiva a ser celebrada na paróquia local – não seja cumprido do modo o mais rigoroso. Efetivamente, abundam histórias de devotos displicentes que tiveram suas casas ou locais de trabalho queimados por não cumprirem aquilo que prometerem a Anima Sola. Ela é normalmente associada a São Miguel Arcanjo e a Nossa Senhora do Carmo, ambos especialmente ligados à assistência das almas que padecem no Purgatório; com alguma frequência, à Virgem das Dores; mais raramente, aos santos Paulo da Cruz, Gertrudes de Hefta, Margarida Maria Alacoque, Maria Madalena e Maria Egípcia; e, nos últimos dias do México colonial, eram populares as orações que a associavam, em litania, por motivo não muito claro, aos santos Silvestre, Helena, Inês e Onofre.


De acordo com seus devotos italianos, espanhóis e latino-americanos, Maria Celestina Abdenago é especialista em aliviar os males nascidos da paixão – seja trazendo de volta um amor perdido, seja despertando o interesse afetivo e sexual de alguém que se considera inacessível, seja acabando com infidelidades conjugais, seja resolvendo problemas de impotência e de falta de libido em um relacionamento. Faz-se, de fato, toda uma correspondência imagética entre o fogo que consome a figura em sua imagem, o fogo do Purgatório e o fogo da paixão. Ela é invocada em algumas orações e encantamentos de amor muito desesperados, e há uma tradição esotérica que conta que ela não deu água a Jesus em seu caminho para o Calvário justamente porque, em dado momento, o Senhor repeliu sua investida amorosa. Outros dizem que ela não foi misericordiosa com o Filho de Maria por querer dar uma porção dupla de água a Gesmas (ou Gestas), o ladrão impenitente, de quem era amante em segredo; desta forma, teria evitado deliberadamente o amor de Deus pelo amor de um homem pecador, a beatitude celeste pelo prazer carnal, uma decisão que a conduziu ao Purgatório depois de sua morte.


Outras histórias, mais comuns na América Andina, sussurradas em vilarejos montanhosos onde a presença dos padres é quando muito eventual, sustentam que Maria Celestina Abdenago era uma feiticeira síria (ou árabe) que cuspiu no rosto de Jesus por inveja de seu poder enquanto Ele padecia a Via Crucis, pouco antes de ser amparado e ter sua face limpa por Santa Verônica. Nesta versão, ela é invocada em feitiços como rainha de espíritos de pagãos e de muçulmanos que morreram combatendo os cristãos. Também juntamente com Juan Minero, personagem presente no folclore religioso principalmente da Venezuela, do Equador e do norte do México, e que, segundo a lenda, estaria eternamente ocupado em minerar carvão no Céu para manter acessas as chamas do Inferno e do Purgatório. De acordo com a tradição, o pecado de Juan Minero, grave o suficiente para ter atraído tal punição, foi ter morrido impenitente depois de, em um ataque de raiva, ter entrado em uma igreja, profanado os altares, apagado as velas, derrubado o Sacrário, derramado a água benta no chão, quebrado as imagens, urinado no confessionário e roubado o dinheiro das ofertas.


Na Santería cubana, assim como no Vodu dominicano e no Sansé, a imagem da Anima Sola é tradicionalmente associada ao Exu Allegwanna (ou Alawana), uma entidade agourenta, habitante de lugares escuros nos altos dos platôs ou nas desolações das planícies, chefes de legiões de espíritos mortos, capaz de causar desgraças materiais, mentais, afetivas e espirituais àqueles que o desagradam de um modo ou outro. Allegwanna possui afeto por Ogum e Oxalá e por seus filhos, mas seu único amigo é um boneco de cedro, por ele mesmo esculpido, a quem conferiu vida através de magia. É o dono de todas as correntes, fechaduras e trancas – em sentido literal e metafórico –, sendo capaz de abri-las ou fechá-las de acordo com seus desejos. Trata-se de um grande feiticeiro, que deve ser invocado pela queima de folhas secas de goiabeira sobre um monte de terra negra de cemitério, e alimentado com ofertas especiais que lhe devem ser apresentados dentro do casco ainda sujo de sangue de uma tartaruga. Mais raramente, associa-se a imagem da Anima Sola ao Exu Alàfiá, uma personificação da satisfação pessoal, uma dimensão feminina desta entidade, ligada ao devaneio romântico, ao amor erótico, à eloquência do conquistador, à voracidade sexual, ao prazer oral, tanto referente ao erotismo e a poesia quanto à culinária e o bem falar de modo geral. Esta entidade é eventualmente representada por um pictograma que lembra uma vulva aberta, imagem que pode ser oportunamente substituída por um búzio ou concha, e às vezes é invocada contra males nos genitais, doenças sexualmente transmissíveis, relaxamento patológico dos tecidos ou estados apáticos diversos. Além do vermelho e do negro, suas cores também são o azul, o branco e o dourado, tendo predileção por velas e tecidos estampados nos quais estejam presentes três ou mais destas cores.


No Vodu haitiano, a imagem da Anima Sola é ligada ao quase desconhecido, talvez lendário, culto da temível Marinette Bras Cheche (Marinette dos Braços Secos), alternativamente chamada em alguns locais de Marinette Pied Cheche (Marinete dos Pés Secos), um loa vinculado à violência e à obtenção do poder pela força. Alguns sustentam que ela seja o espírito desencarnado de Céclile Fatiman, a sacerdotisa de Èrzulie Dantòr que sacrificou um grande porco negro em Bois Caïman em 1791, na cerimônia que marcou o início da primeira fase da Revolução Haitiana; mulher que mais tarde teria se lançado ela mesma em uma fogueira como holocausto propiciatório aos loa em favor da causa dos negros contra os brancos. Enquanto Marinette é temida por sua ferocidade e tende a causar danos físicos, mentais, emocionais e espirituais naqueles cavalos que a recebem em seus corpos e mentes – quase certamente contra as suas vontades –, às vezes também é vista como alguém que liberta seu povo da escravidão, não poupando qualquer recurso necessário a isso. Suas cores são o negro e o vermelho escuro, e as ofertas que ela recebe são de galos pretos depenados vivos, banhados em gasolina ou aguardente e lançados em uma fogueira, de ratazanas gordas e porcos negros degolados de um só golpe, de comidas muito temperadas com pimenta-do-reino, pimenta-jamaica, cravo e canela, de cocada queimada e de defumadores preparados com sálvia, diferentes pimentas secas, lavanda, lascas e pó de ossos (preferencialmente humanos) e especiarias. Diz-se que Marinette é amante de Ti Jean Petro, filho de Èrzulie Dantòr; que empunha dois facões afiados que maneja com habilidade; que cavalga um cavalo negro de sangue venenoso e crina e cauda de fogo; e que pode matar mais de cem homens apenas com o poder de seu grito. Não há quem em sã consciência admita publicamente lhe pedir favores, mas parece que ela é invocada para proteger pessoas e animais de incêndios graves e de suas consequências, assim como para realizar vinganças sangrentas, particularmente contra amantes infiéis e sócios desonestos. Sua presença é sinalizada pelo piar do mocho, e diz-se que ela tem a seu serviço numerosos lobisomens, esqueletos, zumbis e espíritos dos pântanos. Conta-se que já se lhe foram feitos sacrifícios humanos, vítimas que eram decapitadas e enterradas nas profundezas dos pântanos, lugar de preferência de Marinette. onde, depois de três dias, ela aparecia para se banquetear do cadáver em decomposição.


Nas religiões espiritualistas colombianas e venezuelanas, assim como na Santería porto-riquenha, invoca-se Maria Celestina Abdenago como sendo uma entidade antiga, benevolente, compassiva e passional, que dá cura e orientação àqueles que a procuram com a adequada reverência e tem a característica de não consumir bebidas alcoólicas, mas apenas água fresca. Ela gosta que o lugar onde sua imagem ou estampa está instalado seja muito limpo, adornado com espelhos, flores muito odoríferas e tecidos rosas e prateados; que aí se reze o rosário em favor das almas padecentes e que se acendam em sua homenagem velas brancas, vermelhas, azuis, laranjas, amarelas, tricolores, roxas, rosas e verdes.


Certas linhas de bruxaria do sul da Itália invocam Maria Celestina Abdenago como senhora das almas dos suicidas, principalmente daqueles mortos em fogo ateado por suas próprias mãos. Neste contexto, realizam orações pedindo que ela ordene que estes atormentados, saindo dos espaços infernais nos quais estariam confinados, atormentem seus inimigos e as pessoas que são queridas a esses até que também se suicidem, passando assim igualmente ao sofrimento eterno e ao seu serviço. Algumas tradições afro-americanas e do catolicismo popular aglutinam de diferentes formas invocações da Anima Sola em uma tríade com invocações a El Espíritu Intranquilo e a El Espíritu Dominante, ou, mais raramente, a El Justo Juéz e a El Justo Juéz Negro. De modo eventual, ela também é associada ao culto de Santa Marta Dominadora, mas mais em função de sua finalidade do que de sua natureza específica.


Usa-se colocar uma imagem da Anima Sola em casas e estabelecimentos comerciais e dar-lhe água três vezes por dia, para que assim se acalmem os espíritos perdidos e infelizes que aí por infortúnio estejam presos, ajudando-os a passar adiante em seu caminho rumo ao Purgatório, ao Céu ou ao Inferno. Algumas lendas afirmam ainda que é possível fazer certo tipo de pacto ou contrato com Maria Celestina Abdenago, atestando que ela seria capaz de fazer com que seu sofrimento de alma que arde horrível e continuamente sem se consumir fosse capaz de afligir os afetos do objeto de desejo do contratante até que ele ceda às investidas deste, com a condição, contudo, de que o referido contratante se disponha, depois de sua morte, a ir diretamente ao Purgatório e assumir como sua uma parte do sofrimento destinado a ela. É comum que se ofereça água fresca ou gelada, velas brancas, margaridas e cravos-de-defunto da mesma cor para este espírito, mas devotos mais empenhados ou desesperados testemunharam ter sido atendidos depois de acrescentar cigarros brancos, charutos, cocadas, balas de coco, cerveja clara, rum, uísque e rosas brancas nestas ofertas. Orações normalmente lhe são dirigidas nas segundas-feiras, dia da semana dedicado ao culto das almas, e ela é particularmente comemorada no Dia de Finados, quando se acredita que seu poder é particularmente presente entre os vivos, sendo capaz mesmo de manifestações físicas muito diretas. Há ainda em muitos locais o costume de se mandar celebrar missas em seu favor no domingo seguinte ao Dia de Finados.

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