Dia 28 de Outubro estreou na Amazon Prime americana a tão esperada sequencia de Jovens Bruxas, intitulada como “The Craft: Legacy”, ou “Jovens Bruxas: Nova Irmandade”. No Brasil a estreia acontecerá no próximo dia 5 de novembro nos cinemas, e acredito eu, como muitos que cresceram nos anos noventa, as expectativas estavam altas. Uma pena.
Podemos começar dizendo que o que vai levar esse filme adiante é a nostalgia em torno de uma fase de nossas vidas marcadas por um filme pop adolescente americano. Pelo menos foi essa a minha motivação em torno dessa sequencia. Mas expectativas à parte, o filme começa acelerado, sem muitas explicações e introduções à medida que somos jogados aos personagens de uma forma precipitada onde a oportunidade de nos conectarmos com eles não ocorre. Ao contrário do primeiro filme, não somos apresentados às histórias de cada uma das meninas do coven principal, não sabemos ao certo suas motivações e ambições com relação à pratica da bruxaria em si a não ser uma ânsia por encontrar a “quarta” integrante. Temos leves vislumbres sobre a personalidade individual de cada uma através do estilo de vestimenta, mas nada além disso.
Não entrarei no quesito bruxaria e magia porque não há o que comentar sobre isso. Podemos, no entanto, falar sobre como a magia é interpretada pela nova geração “jovens bruxas”. Para elas como é explicito no filme, a magia é algo purpurinado que não exige grandes imersões e que opera feitos que não levam a nenhuma reflexão ou acréscimo para o desenvolvimento pessoal. E com essa dura crítica quero pontuar que o primeiro filme consegue deixar muito mais claro essas questões, mesmo bebendo de uma fonte não-pagã.
O tópico sexualidade apesar de explorado com uma certa naturalidade, não foi bem trabalhado também, sendo ofuscada pela “briga dos sexos” macho vs. fêmea. E, sinceramente, o fato de terem trazido à tona esses assuntos tão modernos e de forma tão natural era uma receita certeira, em teoria. Outro ponto que poderia ser usado a favor do filme nessas circunstancias, mas que não foi, é o fator do feminino ser o berço da bruxaria para uma comunidade mágica (para quem se interessar por esse tópico em questão eu indico o seguinte texto – clique aqui para ler)
Mas nem tudo são só pedras vindas desse millennial. As referências do primeiro filme foi algo que ao meu ver foi usado de maneira inteligente, em nenhum momento essas “homenagens” tornaram o roteiro desconexo. Não mais do que ele já é em seu âmago e momentos como esses trazem um ar nostálgico e nos faz continuar vendo o filme.
Para mim a parte mais intrigante e empolgante foram os últimos cinco minutos. Foi o momento onde meu coração se aqueceu e eu pensei “cara, que saudade do Jovens Bruxas original e seus personagens problemáticos”.
Eu não vejo esse filme como sendo uma obra emblemática e lembrada daqui algumas décadas como o primeiro Jovens Bruxas e talvez esse tenha sido o maior deslize do marketing: se apoiar em um filme tão icônico para os jovens adultos sem conseguir manter a qualidade do clássico.
E vocês o que acharam desse sequel? Conta um pouco pra mim.
PS: Vamos encarar isso como um filme ok? Não como um audiobook sobre como se praticar bruxaria.
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