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‘Luna Nera’

Atualizado: 8 de fev. de 2022

Bruxos brasileiros de todas as estirpes começaram o ano, ora adorando, ora odiando a forma em que são representados (ou mal representados) nas telinhas, com a nova temporada de “O Mundo Sombrio de Sabina” (Netflix) e a estreia de “Luna Nera” (também da Netflix).


Como a primeira não é mais tão novidade, só podemos somar às críticas de que peque especialmente pela contínua e injustificável falta de pesquisa. Ao mesmo tempo, é um bom entretenimento infanto-juvenil e talvez devesse ser entendido com tal. É divertido observar a falta de lógica como tempero nesta salada de deuses e a coisa é tão ruim que a gente assiste rindo das trapalhadas dos roteiristas.


“Luna Nera” é uma trama que não escapa da tempestuosa juventude da protagonista, tanto quanto a protagonista de “O Mundo Sombrio de Sabrina”. Este talvez seja o aspecto mais irritante das duas séries.


Em “Luna Nera” as mensagens empoderadoras se perdem em ‘mais uma’ historinha de amor impossível e nos segredos que previsivelmente sairão das caixinhas nos momentos mais inoportunos. A série retrata bem o nível de superstição e histeria que matou várias mulheres através dos séculos da história da cristandade, mas talvez seja só isso que possa ser salvo.


O drama é previsível e carente de profundidade nos elementos que já estavam ali, prontinhos para serem explorados e que poderiam trazer alguma reflexão dentro da própria comunidade de mulheres. Não é crível e nem tem aquela estética engraçadinha quanto “O Mundo Sombrio de Sabrina”.


A série foi baseada em “Le Città Perdute” (A Cidade Perdida, Tiziana Triana), e eu não poderia dizer o quanto a série foi fiel ao livro. Confesso que não tenho vontade de ler o livro depois disso. A aposta nas repetidas cenas em construções romanas antigas tirou o encanto destes lugares e infelizmente, a única locação digna de tirar o fôlego só acontece no final. E pena que, mesmo no final, a protagonista caia [novamente] na previsibilidade e deixe o espectador, [novamente], irritado e com a sensação de que perdeu seu tempo.

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