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Sobre Valores e Hipócritas

Foto do escritor: Katy FrisvoldKaty Frisvold

Atualizado: 8 de fev. de 2022

Heródoto certa vez disse “De todas as misérias a mais amarga é esta: saber muito e ter controle sobre nada”, e assim é a maldição do saber. É impossível “des-saber”, a menos que você fique com a cuca lesada de algum jeito. E uma vez que você sabe algo muito diferente da esmagadora maioria, você se sente ilhado num mar de absurdezas.

Às vezes o saber te isola, porque por mais que você o transmita, as cartas já estão marcadas por uma cultura de repetições insensatas, onde as soluções dos problemas são as mesmas que não dão certo em lugar algum. Vive-se num “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” que parece funcionar sobre os rebanhos de todas as espécies como piadas requentadas. É assim no microcosmo espiritualista, é assim no país e é assim no mundo.


Suponho que alguns já sentiram isso em um momento ou outro, que pensar diferente contenha em si o risco de ostracismo. Talvez seja pela minha injustificada aposta na humanidade que eu ainda tento questionar a nossa cultura que tem sido bombardeada por motivos controversos, para dizer o mínimo.


Não vou falar dos motivos em si, mas de quem tem uma firme opinião a respeito: quem, destes que estão falando em alto volume, vive aquilo que prega em caixa alta? Quem anda respeitando enquanto pede respeito? Quem anda austero ao demandar limites? Quem não anda em débito com o peso de seus juramentos e contratos?


Eu realmente me sinto vivendo em tempos absurdos. E dói ver isso. Dói na alma ver o mundo trazendo uma grande desesperança ao meu filho. Dá vontade de fazer algo a respeito mesmo sob o risco de me tornar alvo de linchamento.


Sei que minha voz é pequena, e que a voz do ódio é aquela que requenta a bóia do povo. E que o povo acredita piamente que vai vencer o fogo jogando mais combustível. Foda-se a comunicação. Foda-se a empatia. Se tudo o que te foi servido é o ódio, como você poderia falar sobre amor? Os ciclos se repetem e os choros também, com a diferença que agora somos muitos e que agora a praça pública esteja a um clique de distância.


Então tudo o que posso fazer é oferecer umas sementes desta minha crença singela, partindo de dentro de um estado de bem-aventurança na certeza de que realmente estamos colhendo o que temos plantado.

Eu acredito…

…em um tipo de paraíso terrestre no momento em que nossa palavra possa ser o nosso ônus, pois uma pessoa sem palavra é uma pessoa sem valor. Acredito que respeito é algo que devemos dar sem limites, afinal, como poderíamos ensinar ao outro aquilo que não aprendemos nós mesmo? Acredito que pessoas verdadeiramente gratas pelas experiências, sejam elas boas ou ruins se tornem incapazes de nutrir mágoas, mas acumulem sabedoria. Também acredito que quem tem poder não tem medo de compartilhá-lo por se sentir diminuído. O poder, assim como o saber, se multiplica. E finalmente, que a violência seja a mais ineficaz metodologia de comunicação e ensino, pois ninguém aprende quando entra em resistência e ninguém ouve o que lhe é dito no tapa ou no grito.


Nada do que eu estou dizendo é novo. Pessoas muito mais sabidas do que eu já tentaram espalhar estas sementes sem muito sucesso. Isso porque mesmo aqueles que estão dizendo por aí que meditam e fazem auto avaliações andam cheios de pontos cegos. O julgamento sai com a velocidade de relâmpago antes que os olhos se voltem ao traseiro, afinal, o risco de se descobrir uma fraude é grande e isso é assustador.


O bom senso, senhoras e senhores, tem sido mais raro do que político honesto, e reparem como todos os outros políticos realmente andem representando o povo…

Então para falar em valores da nossa cultura devêssemos revisitar o que de fato são os tais “valores” e questionar quem anda de fato vivendo o que diz, e quem de fato anda botando estas regras todas.


Mas eu acredito em você…


E fecho o pano. Fico aqui no doce-amargo esperando ver o que brota.

Imagem: Le Fin Du Monde

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