A existência não se resume ao que dizem por aí dela. Na era contemporânea, fomos enganados a pensar que as únicas coisas reais são aquelas que podem ser observadas e comprovadas por um monte de idiotas hipócritas. Eles estão neste mundo apenas para reforçar seus interesses. Nada lhes interessa mais do que nunca perder seu status.
Você não deve acreditar neles. Você não deve acreditar em ninguém, na verdade. Merda, não acredite em mim enquanto escrevo essas palavras. Todos somos mentirosos para o nosso próximo. Não pode haver outra maneira. Como vou lhe contar a única verdade que é real? A sua própria verdade.
Bem, como eu escrevia antes: a existência não se resume ao que alardeiam por aí os catedráticos e nem mesmo os igrejeiros. Claro que eles não estão errados em tudo. Existe um substrato aí que é meio comum. A matéria e tudo que é material, por exemplo. Eu, você, o catedrático e o igrejeiro vamos dar uma bela topada numa pedra se ela estiver no nosso caminho.
Existem coisas, entretanto, que nem sempre são unanimidade e aí o pessoal “da maioria” resolve bater o martelo dizendo que não existe. Vamos a um exemplo fácil: Você acha que sonhos são reais?
OK, deixe-me dizer uma coisa: é claro que são. Ninguém nunca duvida que os sonhos aconteçam. Todo ser humano neste planeta experimentou o que chamamos de “sonhar”. A questão é: o que acontece em um sonho realmente aconteceu? Essa pergunta é difícil.
Eu sei que toda a vez que acordo de um sonho, além da memória eu tenho a sensação. A sensação é real. O medo, o desespero, o amor. O que quer que seu sonho tenha provocado fica e mexe com você. Não sei se há algo mais real do que isso.
Feche os olhos. Puxe o ar contando até quatro. Prenda o ar contando até quatro. Solte o ar contando até quatro. Prenda os pulmões vazios contando até quatro. Repita isso até ficar bem calmo. Agora, de olhos fechados ainda, imagine uma montanha majestosa cujo pico nevado e coroado por nuvens parece indomável. Parabéns, você acabou de criar uma montanha. Alguns diriam que isso é um absurdo. Eu digo que é a mais pura verdade. Você viu ou não viu a montanha? Pode ou não descrevê-la? Como alguém poderia relatar o nada?
Quer uma experiência mais definitiva? Tente fazer uma ‘viagem na visão do espírito”, como era conhecida a técnica na Ordem Hermética da Aurora Dourada. Estamos falando da famosa e polêmica “Viagem Astral”. Salvo se você for adepto das ideias do Waldo Vieira, saberá que não estamos falando necessariamente de sair do corpo, mas de entrar em uma terra interna (ou talvez externa, mais acessada por dentro) onde tudo será construído e vivido por seu “espírito”. Não sabe como fazer? Existem milhares de livros ensinando. Pegue um e tente. Eu te garanto que não vai acontecer nada de ruim. Vá em frente.
Enfim, a “viagem na visão do espírito” é uma técnica interessante e que certamente irá ajudar qualquer um a compreender melhor que este mundo não é só feito de coisas palpáveis e muito menos só do que os outros dizem que vale. Afinal, você vai viajar na visão do seu espírito! Não fica mais íntimo do que isso e por isso que resolvi usar esse exemplo. Entretanto, apenas fazer uma “viagenzinha astral” aqui e ali e depois voltar a viver como se nada tivesse acontecido é um desperdício.
Aprender a trazer essa visão, se apossar desses novos olhos é preciso. Olhar a existência de maneira diferente. Além do óbvio. Além do que é denso. As coisas sutis podem ser imbuídas de significados maravilhosos e isso pode transformar a experiência da vida em algo muito mais impactante.
Nós escolhemos o que somos e como vivemos. Escolhemos que olhos temos e que filtro vamos usar. Não podemos escolher tudo nessa vida, é verdade. Muita coisa mesmo está além do nosso controle, mas não o que fazemos dentro de nós com o que acontece ao nosso redor. Isso nós podemos comandar.
Não acredite que o mundo é só o que os outros acham dele. Expanda seu universo. Faça suas leis e suas verdades. Construa montanhas, depois as escale e as destrua. Escute seus Deuses e seus espíritos. E daí que o Professor de Yale disse que está provado que espíritos não são reais? Lembre-se de Copérnico. Sempre surge alguém pra refutar o que está sedimentado como real. Seja você o seu próprio Copérnico e mude totalmente a visão do mundo: abaixo o “outrocentrismo” e viva seu “eucentrismo”!
Imagem: Edição de “Astrônomo Copérnico: conversa com Deus” de Jan Matejko.
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