E começamos assim
Feito crianças curiosas
Sem saber se devemos morder ou assoprar
Sorrimos sem graça
Mas estamos envoltos pelo manto da noite
E iluminados pela fogueira
Notamos que incendiados de prazeres os corpos jazem ao chão
Desordenados
Os corpos seguem sua natureza
Nos rostos dos meus amados,
Transfigurados,
Em Mulher-fera, em cadelas no cio.
Em Homem-fera, em alucinados leões
Em bichos, todos os bichos que arfam no escuro.
Espasmos que fazem os corpos dançarem, tremerem sob a luz
Em raios que explodem e tempestades que jorram
Num mar de carícias sopradas e aspiradas até a inquietude
Explodindo em uivos e risos e lágrimas
Pérolas.
Naquele salto para sentarmos entre os deuses
Somos eles, somos nós e somos um.
Voltamos mais ricos de todos nós
Sorrindo tímidos por tanta impetuosidade
Doce conforto. Doce morte.
Mas não é hora. É promessa.
Haverá um tempo sem contrastes.
Por hora, nosso êxtase é como uma oração,
Uma música noturna,
para se dançar com os vagalumes
Enquanto as estrelas caem
Tingindo o negro de verde esmeralda.
#Poesia psicodélica #psicodelia
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