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Ninguém me ensinou a ter sucesso

Atualizado: 4 de fev. de 2022

Hoje em dia ouço muito sobre como adentrar no mundo do autoconhecimento para atingir o sucesso, e sobre a importância de viver uma vida com menos culpa e mais responsabilidade. Em como sair do fundo do poço lidando com nossas dores e curar nosso passado. Explica-se que para chegar onde se quer, é necessário percorrer um caminho árduo – porém recompensador – e que tudo na vida é um processo. Mas o que acontece quando isso tudo começa a dar certo?


Quem aí se identifica com o fracasso? Eu tenho certeza que vários. Agora, quem se identifica com o sucesso? Aos poucos que se identificam, fica a pergunta: Vocês sabem lidar com o sucesso?


Pois é. Eu sinto como se eu fosse uma criança aprendendo a andar de bicicleta. Meu pai pede pra pedalar enquanto segura a parte de trás do banco com uma das mãos e promete que não vai soltar. Ele sabe que é instintivo e que muito provavelmente eu vou dar ao menos algumas pedaladas sozinha. Isso já basta pra ele. Eu pedalo sozinha, me sinto poderosa e firme, mas no fundo eu continuo assustada. E agora, pra onde eu vou? Parece que ninguém me ensinou a acertar, e eu só aprendi a errar e a me massacrar por esses erros.


Ainda insistimos em nos manter sob pressão, mas como enfiar um pouquinho de autoconfiança e otimismo na cuca? Por que é difícil aceitar alguma leveza? Não sabemos como. Revivo a sensação do medo das sombras dos objetos que não podia identificar no escuro, e do quanto tudo parecia inofensivo com as luzes acesas. Eu quero acender a luz. Percebo que não tenho medo do fracasso porque já o conheço. Mas o que faço com o sucesso?


Estabelecer indulgências entre as responsabilidades sem me perder, lidar com meus sentimentos de culpa e a minha velha familiaridade com o fracasso para enfrentar o novo, o sucesso, tem sido mais difícil do que pensava. Vira e mexe surgem sentimentos e pensamentos auto sabotadores. Ando percebendo a importância de se ter um círculo de confiança, de gente que acredita em mim, que tem fé que eu possa ser bem sucedida quando eu mesma estou fraquejando. Eles também me mostram que não tem nada de errado em sentir essas coisas todas, e principalmente, fazem a gente aceitar que tá tudo bem…


… em dar um passinho de cada vez. Mesmo que eu continue um pouco apreensiva e tenha a sensação de que continuo sem saber de nada.


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